domingo, 12 de abril de 2015

Protestos contra o governo acontecem em mais de 400 cidades neste domingo (12) Protestos estão marcados para todos os Estados brasileiros, além de 11 países

Pouco mais de um mês após o primeiro grande protesto contra seu governo, a presidente Dilma Rousseff será alvo neste domingo (12) de novas manifestações, que devem ocorrer em mais de 400 cidades brasileiras. Mas, ao contrário do protesto de 15 de março, o de 12 abril terá uma pauta unificada. Os três principais grupos de mobilização irão pedir o fim do mandato da presidente

No mês passado, apenas Revoltados Online e MBL (Movimento Brasil Livre) traziam o impeachment como objetivo central. Já o vem Pra Rua ainda não defendia, ao menos oficialmente, o fim da atual gestão — embora lideranças do grupo tenham gritado o “Fora Dilma” durante o protesto realizado em São Paulo.

A mudança do Vem Pra Rua ocorreu em 29 de março. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o líder do grupo, o empresário Rogério Chequer, declarou que havia "um clamor muito alto" das bases do movimento para admitir o impeachment da presidente, desde que “dentro da lei".

“Começamos a perceber várias iniciativas que trazem motivos novos, argumentações de que a presidente poderia estar sujeita a uma ação por crime comum", disse Chequer à época.

O R7 procurou o empresário na sexta-feira para comentar a mudança de postura, mas ele não atendeu ao pedido de entrevista.

Em nota publicada em seu perfil no Facebook, o Vem Pra Rua anunciou dois objetivos para o 12 de abril: “Fora Dilma, desde que dentro da lei – Impeachment, cassação ou renúncia!” e “Proteção da operação Lava-jato – investigação e punição de todos os envolvidos nos casos de corrupção no petrolão”.

Segundo o Vem Pra Rua, ocorrerão protestos em ao menos 413 cidades, de todos os Estados brasileiros e de 11 países. O alcance de cidades será maior do que o registrado em 15 de março, quando cerca de 160 municípios registraram atos.

Para MBL e Revoltados Online, impeachment

Diferente do Vem Pra Rua, os outros dois principais grupos de mobilização defendem abertamente o impeachment da petista.

Para Renan Santos, da coordenação nacional do MBL, nem o tema “corrupção” vai entrar na manifestação, por se tratar de "algo genérico".

— Quando você vai pra rua reivindicar, você tem que ter um nome e endereço certo, para que o que você está fazendo tenha efetividade. A Dilma também pode reclamar contra a corrupção. Agora, quando eu falo que o protesto é contra ela, ela não pode soltar um pacote. O máximo que ela pode fazer é renunciar.

Segundo ele, existe uma motivação política para o pedido, mas com base jurídica.

— [O pedido de impeachment é baseado na] omissão da Dilma Rousseff, desde o período em que foi presidente do conselho da Petrobras, e depois como presidente da República, em atuar no tocante aos erros cometidos — erros não, erros é elogio —aos crimes cometidos por seus subordinados. A justificativa é essa.

Além disso, Santos ressalta que, com relação aos acordos de leniência com empreiteiras investigadas na Lava Jato, a presidente “deixou de aplicar a lei anticorrupção, implicando também em crime de responsabilidade”.

O MBL promete marcar presença em protestos em ao menos 200 cidades.

Já o Revoltados Online marcará presença principalmente em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.

“Continua com o impeachment [como objetivo] e focando também no projeto que entregamos no Congresso Nacional, que é o fim das urnas eletrônicas e a volta do voto nas cédulas”, declarou Marcello Reis, fundador do grupo.


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