terça-feira, 21 de abril de 2015

Financiamento e Corrupção



Uma das pautas dos sindicalistas que vão às ruas hoje é o fim do financiamento de empresas a partidos políticos.
Para a CUT e outras entidades, esse tipo de financiamento é uma porta aberta para a corrupção. Ingenuidade. A corrupção não está nas empresas, está nas pessoas – corruptas e corruptoras. E persistirá apesar de um possível fim do financiamento privado.

Corrupto que é corrupto sempre vai procurar obter dinheiro ilicitamente, por baixo dos panos, em forma de caixa dois, propina, na base do toma lá dá cá...

Corrupto que é corrupto atropela qualquer dispositivo legal para bancar suas campanhas milionárias, e custear marqueteiros que vendem até a alma ao diabo para vencer uma eleição.
Vejam o exemplo do Petrolão.

Segundo denúncia dos delatores, dinheiro ilegal foi usado para abastecer os cofres do PT, PP e PMDB em forma de... doações de campanha. Isso mesmo! O dinheiro que abasteceu campanhas eleitorais como a da atual presidente Dilma Rousseff parecia legal, mas vinha de uma fonte ilegal, ou seja da propina, pedágio pago por empresas corrompidas para ganhar contratos milionários com a Petrobras.

A questão da legalidade do financiamento privado está no Supremo em discussão.

O argumento dos defensores do fim desse tipo de doação parece louvável: queremos moralizar o financiamento de campanha. Inócuo.

Com a proibição, as doações ilícitas e secretas – que já existem - vão se multiplicar. E será muito mais difícil rastreá-las.
Hoje, ao menos, sabemos quem doou a quem, e o quanto foi doado. Ao menos, oficialmente.

Se o financiamento privado não é o ideal para o sistema político brasileiro, então de onde virá o dinheiro para as campanhas?
De pessoas físicas? E o que garante que essas pessoas físicas não serão “laranjas” de pessoas jurídicas, de empresas interessadas em conseguir privilégios no governo em troca do patrocínio?
Quem desaprova o financiamento privado apóia o financiamento público de campanha.

Ou seja, além de bancar o fundo partidário das legendas e de pagar pelo horário eleitoral, dito, gratuito, em rádios e televisões, nós, trabalhadores, pagadores de impostos, teremos que arcar com mais esse custo: financiar as campanhas políticas.

E é claro, que, na divisão do bolo, os maiores partidos ficariam com os maiores nacos, o que lhes garantiria a perpetuação no poder.
Ou alguém duvida que ainda é o dinheiro quem compra o mandato?

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