sexta-feira, 8 de maio de 2015

Dois estudantes dizem que foram agredidos por policiais no Paraná Eles participaram da manifestação de professores que a polícia reprimiu com bombas, na semana passada, em Curitiba.

Dois estudantes de Londrina disseram, ao Ministério Público no Paraná, que foram agredidos por policiais dentro da sede do governo estadual. Eles participaram da manifestação de professores que a polícia reprimiu com bombas, na semana passada. Os policiais acusados pelos estudantes ainda não foram identificados.
A estudante universitária de Londrina prefere não se identificar. Ela participou da manifestação de professores na quarta-feira (29), que acabou reprimida pela polícia com spray de pimenta e balas de borracha. Os manifestantes queriam acompanhar a votação que alterou o sistema de previdência dos servidores estaduais. A estudante conta que foi detida por duas policiais e levada para dentro do Palácio Iguaçu, sede do governo do Paraná.
“Me deixaram nua e me revistaram assim, não colocaram a mão em mim, mas fizeram eu ficar totalmente nua, de mão para a parede, me xingando, me insultando. Pisaram na minha roupa, para ver se não tinha nada. Foi desproporcional o que aconteceu", conta a estudante.
Um outro estudante, também de Londrina, diz que passou pela mesma situação. Ele afirma que os policiais estavam à paisana.
“Só consegui reconhecer depois que fui carregado até dentro do Palácio Iguaçu passando pelo cordão de policiais que estavam em volta. Eu fui carregado pelo pescoço. Chegando lá a gente foi ofendido diversas vezes. A gente tentava o tempo todo tentar descobrir do porquê a gente tava sendo detido”, diz o estudante, que não quis ser identificado.
Os estudantes prestaram depoimento a um promotor de Justiça.
“Nós até agora não pudemos verificar que eles tivessem participado dessa manifestação ocorrida em Curitiba de forma violenta, pelo contrário, eles foram acuados e foram vítimas de uma ação policial que é o que consta realmente que ela ultrapassou os limites da normalidade, que deve nortear as ações policiais”, afirma Paulo Tavares, promotor de Justiça/Londrina.
A assessoria do governador Beto Richa, do PSDB, divulgou nota e disse que qualquer conduta indevida dos policiais, ocorrida durante a ação no dia 29 de abril, será apurada em inquérito policial, com o acompanhamento do Ministério Público do Paraná.
O governo estadual tem afirmado que um grupo infiltrado entre os manifestantes começou o tumulto da semana passada.
O Ministério Público, que já estava investigando a ação da polícia no dia dos protestos, vai apurar as denúncias de agressão contra os estudantes. As manifestações também provocaram a segunda baixa no governo. Depois do secretário de Educação, esta quinta-feira (7) foi a vez do comandante geral da PM deixar o cargo.
O governador Beto Richa ordenou a abertura imediata de uma investigação sobre o caso.

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