sexta-feira, 31 de julho de 2015

Nome é dado à segunda lua cheia dentro de um mesmo mês. Astrônomo explica origem do nome

Fenômeno raro, lua azul marca o fim de julho nesta sexta-feira

Ter duas luas cheias dentro de um período de 30 – ou 31 dias, como é o caso de hoje – acontece geralmente uma vez a cada três anos (Crédito: Gilberto Abelha / JL)
Quem olhar para o céu nesta sexta-feira (31), por volta das 18 horas, vai poder acompanhar um fenômeno astronômico raro: o nascimento da lua azul. Este é o nome dado à segunda lua cheia em um mesmo mês, e nada tem a ver com mudanças na coloração do satélite. Ter duas luas cheias dentro de um período de 30 – ou 31 dias, como é o caso de hoje – acontece geralmente uma vez a cada três anos. A última foi em agosto de 2012 e a próxima lua azul será vista em janeiro de 2018.
Segundo o astrônomo e presidente do Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina (Gedal), Miguel Moreno, a referência à cor azul data de cerca de quatro séculos atrás, e nem sempre foi ligada à duplicidade de luas cheias em um mesmo mês. “Naquela época, era sinônimo de algo muito raro, do tipo ‘tal coisa só vai acontecer quando a lua ficar azul’. Como essa segunda lua cheia no mês é rara, ligou-se uma coisa à outra”, explica.
O nome ganhou ainda mais força no século XIX, quando uma erupção vulcânica destruiu parcialmente a ilha de Krakatoa, próximo à Indonésia, em 1883. As cinzas do vulcão se espalharam e chegaram até os Estados Unidos justamente em uma lua azul. “Os compostos químicos desta fumaça bloqueavam as tonalidades amarelas e vermelhas da luz, o que deixou a lua azul azul de verdade”, cita o astrônomo.
Como a lua cheia nasce exatamente no momento em que o sol se põe, é possível vê-la inteira no horizonte. Nesse momento ela parece muito maior do que justamente é. Essa ilusão, explica Moreno, se dá porque a lua aparece na mesma linha visual das árvores, casas e prédios baixos.
“Quando ela está alta, sozinha lá no céu, não tem nada do lado para comparar o tamanho, por isso ela parece pequena. E para provar eu sugiro que as pessoas façam o ‘teste do mindinho’. É só esticar o braço e apontar a ponta do dedo mindinho para a lua. Ela vai ficar quase que inteira embaixo do dedo tanto no horizonte quanto no alto do céu. Como o braço não encurta nem estica, nem o dedo muda de tamanho, é a prova de que a lua também não diminui quando sobe”, brinca.
Dizem as lendas antigas que nas luas azuis os lobisomens saem às ruas. Moreno diz não acreditar nessas histórias, mas não custa prevenir. “Vou olhar a lua de dentro de casa mesmo. Uma lua azul na primeira madrugada de agosto? Melhor não sair de casa”, brinca, rindo.

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